A cidade de São Paulo experimenta nesta semana ritmos que vão além dos ouvidos tradicionalmente no vaivém de seus moradores. Do rock à música clássica, a Expomusic 2010 – 27ª Feira Internacional da Música, Instrumentos Musicais, Áudio, Iluminação e Acessórios, promete atender a todos os gostos e bolsos até o dia 26 de setembro.
Considerada a quarta maior mostra mundial do segmento, na atual edição ela ganha um estímulo especial graças à vigência da Lei 11.769, que institui a disciplina do ensino musical como atividade curricular obrigatória para a educação básica a partir de 2011.
Patrocinada pela Associação Brasileira da Música (Abemúsica), a feira aberta ontem no Expo Center Norte, na Capital, atende exclusivamente a profissionais até sexta-feira. No fim de semana, será a vez do público.
Para o presidente da Abemúsica, Synésio Batista da Costa, a lei significa um avanço para a atividade que já atende a 5 milhões de estudantes. “A música volta para as escolas depois de 37 anos de sua extinção porque também é um instrumento de alfabetização.”
De acordo com ele, assim como índices da economia brasileira, os negócios do ramo também terão crescimento robusto até 2011. A expectativa é a de encerrar este ano com faturamento de R$ 610 milhões, aumento em torno de 10% ante receita de R$ 555 milhões obtida no ano anterior.
Para 2011, a projeção é alcançar faturamento de R$ 700 milhões, 30% fruto dos negócios gerados nessa edição da feira.
Neste ano, são 201 expositores de um mercado com 60% de vendas de instrumentos musicais importados e o restante de marcas nacionais. Fabricantes, distribuidores, lojistas e artistas apresentam 600 novidades entre 2 mil produtos. A estimativa dos organizadores é receber 60 mil visitantes, 10% a mais que no ano passado.
Serviço:
Expomusic 2010
Valor do ingresso: R$ 15. Informações pelo site: www.expomusic.com.br
Público gospel divide espaço com roqueiros
Embora os roqueiros continuem em primeiro lugar no ranking de consumidores de instrumentos musicais, a participação do público evangélico ganha fôlego. Somente neste ano, o nicho já responde por pelo menos 25% do volume de negócios da atividade, conforme expositores da Expomusic 2010.
A gerente de marketing da fabricante de instrumentos de percussão Odery, Katiene Pires, informa que as compras dos evangélicos já representam 50% do volume comercializado pela empresa neste ano.
De acordo com o gerente de marketing da Rozini, André Matos, os músicos do segmento gospel já respondem por mais de 30% das vendas da marca de violões, violas caipira e cavaquinho.
A importadora Playtech (de guitarras a equipamentos de áudio) participa há seis anos da feira e estima aumentar em 10% o faturamento que também está sendo reforçado pelos evangélicos. “Percebemos a maior presença desse público, principalmente na nossa loja da Santa Efigênia, no centro”, diz o diretor Marcelo Murano.
Fonte:DComércio