A maior fábrica de eteno derivado de etanol do planeta foi inaugurada em Triunfo, no Rio Grande do Sul, na sexta-feira passada. A Braskem deverá produzir 200 mil toneladas de polietileno “verde” por ano. No lugar de utilizar petróleo, é a cana-de-açúcar que servirá como matéria-prima para ser transformada em eteno, plástico, polietileno – e, depois, em embalagens de diversos produtos, como itens de beleza e de alimentos, sacolas de supermercados, entre outros. Além disso, a resina renovável também ajudará a reduzir o efeito estufa.
“O processo foi desenvolvido pela própria empresa. A cada tonelada produzida do plástico verde, serão retiradas do ar cerca de 2,5 toneladas de dióxido de carbono, a partir da absorção feita pela cana. A Braskem passa a fornecer para empresas de vários países”, afirmou o presidente da companhia, Bernardo Gradin.Na lista de clientes estão empresas como: TetraPak, Natura, Johnson & Johnson, Procter & Gamble, Petropack e Toyota.
A Braskem investiu R$ 500 milhões no projeto. Parte dos recursos foi captada no mercado e outra teve como origem capital próprio.
Por enquanto, a unidade será abastecida por 462 milhões de litros de etanol por ano adquiridos em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, que chegarão à fábrica por meio de navios, trens e caminhões. “Porém, já estamos identificando locais que podem receber a plantação de cana-de-açúcar na região”, disse Gradin.
Ainda segundo ele, existem planos para a criação de uma nova unidade de eteno verde. Além disso, há companhias de países da Ásia, Europa e América interessadas nessa tecnologia. “Por enquanto, não posso divulgar as informações, mas as negociações estão adiantadas. As fábricas poderão ser construídas no exterior mesmo que a matéria-prima de abastecimento, o etanol, seja fornecido pelo Brasil”, afirmou o executivo.
Lula – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da solenidade de inauguração. Usando como exemplo a atividade da companhia, Lula criticou os países industrializados. “O Brasil pode mostrar ao mundo que nós fazemos aquilo que os outros só falam.” E acrescentou. “Na hora de colocar dinheiro, essas nações não querem porque desejam que um país recém-industrializado tenha a mesma responsabilidade deles.”
Fonte:DComércio