O comércio eletrônico faturou R$ 7,8 bilhões de janeiro a julho, crescimento de 41,2% em comparação a igual período de 2009. A receita supera o total de vendas dos shopping centers da Grande São Paulo, estimado em R$ 7,2 bilhões nos sete primeiros meses deste ano. Os dados resultam de pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) em parceria com a empresa e-bit.
A maior presença do e-commerce no varejo levou a Fecomercio a rever a metodologia de apuração da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), desenvolvida mensalmente desde 1970. A partir de agora, a atividade passa a ser acompanhada como um segmento do varejo, denominado, dentro da pesquisa, como “e-PCCV”.
“Essa incorporação é uma forma de reconhecimento à crescente e inegável expressividade que o segmento vem assumindo no âmbito do varejo brasileiro”, afirmou o diretor- executivo da entidade, Antonio Carlos Borges.
Na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), universo que serve de coleta de dados para a PCCV, o e-commerce movimentou R$ 1,25 bilhão de janeiro a julho, alta de 29,3% ante igual período de 2009.
Ainda segundo Borges, as projeções apontam que o comércio eletrônico deve crescer cerca de 30% ao ano. “Se isso acontecer, nos próximos dois anos as vendas desse segmento tendem a superar as de lojas de departamentos e de móveis e decoração. O comércio eletrônico deixará de ser, no futuro, a nona força do varejo paulista para ficar em sétimo lugar”, disse o diretor.
As estimativas da e-bit indicam que a atividade deve encerrar 2010 com faturamento de cerca de R$ 14,3 bilhões, expansão de 35% em relação ao ano passado.
Como referência, esse valor supera, segundo cálculos da assessoria econômica da Fecomercio, 10% superior aos recursos destinados ao Programa Bolsa Família de 2010 e à soma dos orçamentos anuais de cinco ministérios (Comunicações, Cultura, Meio Ambiente, Esportes e Turismo). A quantia corresponde ainda à venda 350 mil veículos e equivale ao valor gasto, anualmente, por todas as famílias brasileiras com roupa feminina, além de superar a despesa total das famílias do País com gás doméstico.
Total – A partir da revisão da PCCV para a inclusão do e-commerce, os cálculos feitos pela Fecomercio apontam que o faturamento total do varejo na Grande São Paulo atingiu R$ 55,62 bilhões nos sete primeiros meses do ano, expansão de 10% sobre igual período do ano passado.
De janeiro a julho, as lojas de eletrodomésticos e eletroeletrônicos registraram as maiores altas no varejo da Grande São Paulo, com expansão de 23,8% nas vendas em relação aos primeiros sete meses de 2009.
Em seguida, com alta de 15,7%, na mesma base comparativa, veio o grupo vestuário, tecidos e calçados. Considerando o faturamento, os supermercados lideram o varejo da RMSP, ao atingir R$ 18,98 bilhões, elevação de 4,7% ante igual período do ano passado.
De acordo com a assessoria econômica da entidade, a prolongada continuidade, em níveis positivos, dos indicadores determinantes do consumo – renda, emprego, crédito, inflação e confiança do consumidor – e a ausência de ameaças a esse cenário, no curto prazo, tem mantido as vendas em níveis aquecidos até julho. Com isso, as projeções até o fim do ano são otimistas. Para o total do varejo na Grande São Paulo em 2010, a Fecomercio projeta crescimento de 7%.
A única variável que pode comprometer tal prognóstico feito pela entidade é a prorrogação por um prazo muito extenso do ciclo de altas na taxa básica de juro, contaminando, assim, os custos dos empréstimos para pessoas físicas.
Praticidade nos negócios
Rapidez ou praticidade? Qual é o fator que impulsiona as compras na internet? De acordo com outra sondagem da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), a praticidade de comprar sem sair de casa, evitando trânsito e filas nas lojas é, de longe, o fator mais importante na avaliação de 45,62% dos paulistanos.
A preocupação com o valor a ser gasto com os produtos adquiridos aparece em segundo lugar. Fundamental para 30,28% dos entrevistados, a exigência costuma ser suprida pelas facilidades para realizar pesquisas de preço na internet, o que deixa o internauta satisfeito em comprar produtos a preços justos. A confiança na empresa também é importante, considerada primordial para 23,31% dos paulistanos.
Os outros pontos que foram mencionados são: diversidade de forma de pagamento (importante para 0,4% dos internautas), indicação de amigos e, finalmente, a rapidez (ambos com 0,2%).
Quanto aos fatores impeditivos para o avanço, o que mais se destaca é o receio de fraudes : 63,74% dos paulistanos não realizam mais compras na internet por esse motivo.
O trabalho foi a segunda sondagem realizada pela entidade com o objetivo de averiguar o comportamento dos internautas. Foram entrevistados 1.095 pessoas na Capital, entre 16 e 17 de agosto.
Fonte:DComércio