Sanfona

Nossas Unidades

Unidade 1
Rua Presidente Coutinho, 610 - Centro - Florianópolis /SC
Tel: (48) 99655-1500
Unidade 2
Av. Presidente Kennedy, 179 - 1° andar - Campinas, São José /SC
Tel: (48) 99655-1500
Siga-nos

Um dia após o governo ter utilizado sua mais “agressiva” medida dos últimos anos para conter a valorização do real e elevar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre investimentos estrangeiros (veja ao lado), a taxa de câmbio retrocedeu ao menor patamar em 25 meses – levando ontem o dólar comercial a ser vendido por
R$ 1,675, em queda de 1,06%.

Especialistas avaliam que as cotações da moeda norte-americana podem oscilar, a partir desta semana, em um novo patamar, entre R$ 1,70 e R$ 1,65. Também há a percepção de que o governo ainda não esgotou seu arsenal de instrumentos para influenciar as taxas.

“Provavelmente, essa medida do IOF pode ter algum efeito, acho que nos próximos dias, de amenizar a queda do dólar, mas não vai ser suficiente: esse enfraquecimento da moeda é uma questão global”, constatou José Raymundo de Faria Jr., da consultoria Wagner Investimentos.

“Acho que o Mantega deu azar, porque hoje foi um dia em que o banco central japonês baixou os juros, que a Moody’s fez declarações favoráveis sobre o Brasil, e até sobre a Grécia. Só o fato de o Japão ter reduzido os juros básicos já ‘autoriza’ ainda mais as operações de ‘carregamento’ [carry trade]'”, acrescentou, fazendo referências às operações em que agentes financeiros tomam dinheiro em praças financeiras com juros bastante baixos e o aplicam em ativos financeiros de mercados que operam taxas maiores. Mais informações sobre as avaliações da Moody’s na página E 5.

Japão – Entre as primeiras notícias do dia, o banco central japonês (BOJ, na sigla em inglês) surpreendeu os mercados e rebaixou a taxa básica de juros desse país de 0,1% para quase zero. Trata-se da primeira mudança na política monetária japonesa desde dezembro 2008.

A autoridade monetária daquele país cortou a taxa básica de juros de 0,1% para uma faixa entre 0% e 0,1%, restabelecendo a política de juro zero encerrada em julho de 2006, e prometeu comprar 5 trilhões de ienes (US$ 60 bilhões de dólares) em ativos. O presidente da autoridade monetária daquele país, Masaaki Shirakawa, descreveu a decisão como um “estímulo monetário abrangente”.

O ministro de Finanças do Japão, Yoshihiko Noda, indicou ainda que vai tentar reunir apoio de outros países para a recente intervenção do governo no mercado de câmbio no encontro do Grupo dos Sete (G-7, composto por Alemanha, Canadá, EUA, França, Reino Unido, Itália e Japão) marcado para a sexta-feira, em Washington. Os investidores estarão atentos ao encontro porque poderia ser mais fácil uma nova intervenção caso outras grandes economias mostrem suporte à política cambial japonesa.

Caos – A política monetária extremamente expansionista do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e do Banco Central Europeu (BCE) está criando o “caos” no mundo em vez de ajudar a recuperação global. A afirmação partiu ontem do prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz.

A liquidez abundante proporcionada pelo Fed e pelo BCE está trazendo instabilidade aos mercados de câmbio, acrescentou Stiglitz após palestra na Universidade de Columbia, nos EUA.

“A ironia é que o Fed está criando toda essa liquidez com a esperança de que isso vai ressuscitar a economia norte-americana”, disse Stiglitz. “Isso não está fazendo nada pela economia, mas está causando o caos no resto do mundo. É uma política muito estranha.”